terça-feira, 16 de março de 2010

Posso ter filhos após a colocação de prótese mamária?

Esta pergunta é tão frequente no consultório que resolvi escrever sobre o tema.

É importante saber que a prótese de mama nunca é colocada no meio da glândula mamária. Este implante é sempre colocado abaixo da glândula ou ainda abaixo do músculo peitoral em que a glândula está apoiada.

Por esse motivo, a prótese não ficará comprimindo nenhum duto de leite e não prejudicará a formação de leite nessa glândula. Pacientes com prótese de mama podem amamentar normalmente seus filhos após a cirurgia, independente de como e onde a prótese foi colocada.

Da mesma forma que as pacientes sem prótese, durante a gravidez, a glândula vai crescer por causa da formação do leite e, consequentemente, a pele esticará. Após a amamentação e a diminuição do leite, essa glândula voltará ao tamanho normal e a pele pode ter se tornado um pouco flácida.

Se houver queda da mama após a amamentação, existem algumas opções: trocar a prótese por um volume maior a fim de preencher essa pele que ficou sobrando; manter a prótese e fazer a retirada do excedente de pele através de cicatriz ao redor da aréola; ou fazer este procedimento em forma de T invertido, conforme cada caso.

Também tenho obrigação de ressaltar que o silicone serve apenas para aumentar o volume das mamas. Ter prótese mamária não garante que após a amamentação você manterá o aspecto de antes da gestação. Para evitar que a pele estique muito e a mama fique muito flácida, oriento as pacientes a não engordem muito durante a gestação e amamentem por um período de 6 a 8 meses, como já falamos no post Prótese de Mama durante a amamentação.

O importante é que você se sinta bem em todos os momentos da sua vida, não espere a maternidade para realizar um sonho e nem faça deste momento importante uma tortura.

beijos

www.ericamanzano.com.br

segunda-feira, 8 de março de 2010

Cirugia Íntima

Apesar de toda informação e liberdade que conseguimos ao longo dos anos, há assuntos que permanecem ainda como um tabu e poucas mulheres comentam entre si. A cirurgia íntima é um deles.

Um número grande de mulheres possui os pequenos lábios da vulva (parte externa do órgão sexual feminino) maiores do que os grandes lábios. Na realidade, trata-se apenas de um problema estético, mas muitas delas se incomodam com isso e nem sabem que a cirurgia plástica pode ajudar.

A cirurgia é simples, com duração de 30 a 40 minutos, quando se retira uma parte do pequeno lábio, fazendo com que ele fique escondido entre os grandes lábios da vulva. Os pontos são dados com fio especial que não precisam ser retirados e, ao contrário do que parece, a cirurgia não causa muita dor, fazendo com que o pós-operatório seja bem tranquilo e necessite apenas de higiene local.

Apesar de simples, a cirurgia íntima dos lábios tem devolvido a autoestima de muitas mulheres que se sentiam envergonhadas com o aspecto da vulva no momento da relação sexual.

É importante esclarecer que não faz parte da cirurgia plástica a perineoplastia, uma cirurgia realizada em mulheres que tiveram mais de um parto normal e serve para reforçar a musculatura do períneo. Esse tipo de cirurgia é feito por ginecologistas.

Outro procedimento, muito em moda no exterior, é reconstrução do hímen ou himenoplastia, mas no Brasil essa cirurgia é realizada apenas em pacientes que sofreram abuso sexual e querem sua virgindade de volta, por isso é necessário procurar centros com médicos especializados para a realização.

Espero ter esclarecido um pouquinho esse assunto.

Qualquer dúvida me liguem, ou passem lá no consultório.

www.ericamanzano.com.br

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

TEP ou Tromboembolismo Pulmonar

Voltamos aos assuntos polêmicos e perigosos. A embolia pulmonar é a principal vilã de toda essa história de risco na lipoaspiração e lipoescultura. Mesmo perigosa, existem mecanismos para evitar este problema.

Muitos de vocês sabem que tenho indicado aos pacientes que vão se submeter a uma cirurgia longa o uso de meia compressiva e sequel – um aparelho que comprime a panturrilha durante a cirurgia. Isso serve para evitar que o sangue diminua sua velocidade e forme coágulos nas pernas, já que o paciente está anestesiado e sem capacidade de contrair a musculatura da panturrilha.

Esse coágulo pode entupir uma veia na perna e causar o que chamamos de trombose venosa profunda (TVP). O problema acontece quando esse coágulo se desprende da perna, corre pela circulação e vai parar nos pulmões. Neste caso, o entupimento pode ser de uma região pequena ou tão grande que faz com que o paciente não consiga respirar. É o que chamamos de tromboembolismo pulmonar, o temido TEP.

No entanto, o TEP pode acontecer também quando um pedacinho minúsculo de gordura entra na circulação sanguínea na hora da lipoaspiração e vai parar nos pulmões.

Alguns trabalhos científicos sugerem que há maior probabilidade de isso acontecer no momento em que o cirurgião injeta a gordura no glúteo do paciente (no caso da lipoescultura). Por esta razão, muitos cirurgiões não gostam de realizar este procedimento.

O mais importante sobre o TEP é saber que quanto maior o cuidado do cirurgião com os procedimentos que evitam este problema, menor será a probabilidade do paciente sofrer algum dano.

Se tiverem mais dúvidas me liguem, ou apareçam lá no consultório. Beijos

www.ericamanzano.com.br

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Prótese de mama durante amamentação

Oi Pessoal

Como vocês sabem, atendo a muitas pacientes com desejo de colocar prótese nas mamas. Essa semana, porém, me chamou a atenção o fato de ter vindo ao consultório três pacientes que estavam em fase de amamentação dos seus filhos. Por isso resolvi abrir o espaço desta semana para retirar algumas dúvidas sobre o tema.

Em primeiro lugar, gostaria de defender o aleitamento materno. A criança deve fazer uso do leite da mãe por 6 a 8 meses após o nascimento. Age errado aquela mãe que deixa de amamentar o seu filho para evitar flacidez nas mamas. Enquanto isso, tenho visto mães que dão de mamar à criança até os dois anos de idade, isso é muito prejudicial para a pele.

Vamos entender: enquanto a criança estiver sugando o leite, haverá a produção de hormônios (como a prolactina) que faz com que haja a produção de leite. Após a interrupção do aleitamento, inicia-se a queda dos níveis de hormônio, porém a queda completa dá-se em geral apenas 6 meses da interrupção da amamentação.

Enquanto a produção do leite vai diminuindo, as mamas vão diminuindo seu inchaço, o que faz com que a mãe fique aflita para realizar a cirurgia bem rápido. No entanto, se a cirurgia for feita ainda na fase em que a mama está neste processo de desinchar, o resultado será excelente nos primeiros meses, mas haverá sobra de pele ao término do processo de cicatrização e as mamas podem ficar flácidas de novo. E aí, haja decepção!

Além disso, a colocação da prótese em uma mama ainda com leite aumenta demais o risco de infecção pós-operatória. Não podemos ainda esquecer que o pós-operatório de uma cirurgia de mama exige pelo menos 1 mês de repouso dos braços sem que a paciente pegue peso. Como poderemos cuidar de nosso bebê se estivermos operadas?

Em resumo, oriento às mães que amamentem seus filhos até, no mínimo, o sexto mês, esperem mais 6 meses para que a mama desinche por completo e, só depois, com o filho já com um ano de idade, passem pela cirurgia de prótese ou redução das mamas.

Assim você garante não só o bem de seu filho, como um bom resultado estético da sua cirurgia.

Um beijo e até a próxima semana

www.ericamanzano.com.br

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lipoescultura e seus riscos

Oi pessoal
Vamos começar com um assunto polêmico e muito sério.

O mês passado houve um grande reboliço na imprensa por causa da morte de uma jornalista de Brasília após uma lipoescultura, por isso, vou tentar esclarecer algumas questões importantes. Em primeiro lugar, quero que todos fiquem calmos. Mortes não são frequentes.

Para vocês terem uma ideia do tanto de cirurgias realizadas, há períodos que só em São Paulo são feitas 700 lipoaspirações por dia e não há nenhuma morte.

O laudo do Instituto Médico Legal mostrou que a morte da jornalista ocorreu devido a um sangramento. Desde então, muitas pessoas estão me perguntando se perfuração de órgãos na hora da cirurgia é frequente. Já digo que não. Para que isso ocorra, a cânula (que tem uma ponta aberta) tem que passar por várias camadas do nosso corpo (gordura, aponeurose e musculatura do abdome) antes de chegar aos órgãos.

Além disso, a maioria dos órgãos internos é móvel e mesmo seja atingido pode desviar da cânula. Por isso, a perfuração com risco de morte só ocorre se houver uma soma de fatores como erro no posicionamento da angulação da cânula, força capaz de romper a musculatura abdominal e azar de atingir um órgão fixo como o fígado, baço ou vaso sanguíneo, ou ainda se um órgão móvel não conseguir resistir à força da cânula.

O problema todo é que em muitos casos o médico não percebe a perfuração na hora da cirurgia e o diagnóstico tarde demais pode ser a causa de morte. O que fazer para diminuir esse risco?

Como vocês sabem, tenho indicado aos pacientes o aparelho de vibrolipo nas minhas cirurgias. Pois é, com esse aparelho, nós cirurgiões necessitamos fazer menos força na retirada da gordura. O viblolipo “quebra” a gordura antes de ser aspirada e o risco de perfuração torna-se menor. Já existem trabalhos científicos mostrando que a vibrolipoaspiração pode diminuir os hematomas e a dor no pós-operatório. Além do mais, como o tempo cirúrgico é menor, o risco de TEP (saiba mais no post TEP ou Tromboembolismo Pulmonar) por um coágulo também diminui.

No entanto, o mais importante é a experiência do cirurgião para que faça a angulação correta das cânulas e atinja somente a parte anterior à musculatura abdominal. Além disso, a experiência do anestesista é fundamental, pois é ele quem vai diagnosticar algo de errado com os parâmetros de pressão, pulso, etc. que se alteram em caso de sangramento. É super importante também estar num hospital que tenha recurso para emergência e que a equipe toda esteja comprometida com o paciente.

No caso da jornalista é difícil saber o que houve de verdade somente com o que foi divulgado. Importante agora é não entrar em desespero e aproveitar esse acontecimento para conhecer mais sobre a cirurgia plástica.

Um beijo e até semana que vem!

www.ericamanzano.com.br