terça-feira, 20 de maio de 2014

Medo de queloide e cicatriz na cirurgia plástica


É comum chegar pacientes no consultório com receio de fazer a cirurgia plástica por medo de queloide. Vamos esclarecer que muitas pacientes acham que têm queloide, mas na verdade têm uma cicatriz alargada ou até hipertrófica (crescimento excessivo).

Para ser considerado um queloide a cicatriz precisa ter as seguintes características:

- ultrapassa os limites da incisão

- forma um relevo para cima da incisão

- não para de crescer

- consistência dura e fibrosa

- tende a ser escura (marrom ou vermelha)

- prurido (coceira) ou até dor durante a formação do queloide

Também existe um componente genético, por isso, é comum familiares com acometimento. Contudo, a maior incidência de queloide se dá em pacientes negros, orientais, índios e seus descendentes, mas não é uma regra. Pacientes com pele clara podem, sim, ter queloide.

Fatores como trauma na cicatriz, infecção, falta de higiene no pós-operatório podem aumentar o risco da formação dessas cicatrizes. Regiões onde têm articulação, como joelho, ombro e costas, por exemplo, também não apresentam boa cicatrização.

Diferente do que se imagina, o queloide começa a aparecer por volta do segundo mês após a cirurgia. E infelizmente, não existe exame para saber a pré-disposição ao queloide.

Mas várias técnicas podem ajudar no tratamento do queloide. Por exemplo, quando notamos o início do seu aparecimento, podemos fazer uso de placas de silicone e pomadas clareadoras para evitar que as cicatrizes se tornem muito altas.

Em caso de queloide já formado, fazemos uso de corticoide intra lesão. Também usamos crioterapia (gelo seco), laser e uso de quimioterápicos intra lesão, abandonado por alguns médicos devido a intensa dor no momento da aplicação.

Todos esses métodos diminuem o volume das cicatrizes queloideanas e seus sintomas como dor e prurido.

É super importante observar que se um queloide foi formado em determinada região, o tratamento com a sua retirada simplesmente não será eficaz, ou seja, haverá formação de uma nova cicatriz queloide na nova cirurgia.

Por isso, em casos mais graves, onde a cirurgia é indicada, é extremamente necessário que seja feito betaterapia – radiação específica para pele, feito em clínica de radioterapia.

Em resumo, nem toda cicatriz alargada é um queloide, mas caso seja formado na sua cicatriz, tem como tratá-lo, tornando a cirurgia um sucesso.


Até a próxima semana!

www.ericamanzano.com.br 

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