segunda-feira, 14 de abril de 2014

Doutora, tenho chance de morrer numa cirurgia de lipoaspiração?

Pois é, uma das repostas que gostamos de dar é: tem o mesmo risco de qualquer outra cirurgia.

O fato da mídia fazer alarde cada vez que ocorre uma morte na cirurgia plástica não quer dizer que nossa especialidade apresente mais risco, muito pelo contrário. Como operarmos pacientes teoricamente saudáveis, o número de mortes tende a ser menor.

O número de complicações com óbitos em cirurgia de lipoaspiração pode chegar a 0,002%. Vale salientar que estão incluídos nessa estatística pacientes operadas por médicos sem preparo, em clínicas sem estrutura ou com doenças crônicas não controladas.

Para se prevenir, é essencial procurar por um profissional que esteja habilitado. Em princípio, cirurgiões plásticos membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica têm pelo menos cinco anos, além do curso de Medicina, de treinamento para realizar cirurgias como essa.

Além do cirurgião, é importantíssimo verificar a estrutura do hospital em que a cirurgia será realizada e o profissional médico que fará sua anestesia. A Sociedade Brasileira de Anestesiologia, assim como a de Cirurgia Plástica, também cuida do cadastramento e atualização dos médicos membros. Verifique com o seu cirurgião quem faz parte da equipe de anestesista.

Na consulta pré-operatória, o cirurgião deve perguntar se o paciente tem alguma doença crônica e, caso seja necessário, pedir exames específicos e avaliação do especialista para verificar se há condições clínicas de realizar a cirurgia.

Mesmo pacientes saudáveis devem fazer exames para detectar problemas desconhecidos pelo paciente. Eu, particularmente, faço um “mini check-up” antes de o paciente operar.

Além disso, cirurgias com tempo cirúrgico muito longo, doenças crônicas não controladas, tabagismo e obesidade são fatores que contribuem para aumentar o risco de óbito.

Pacientes tabagistas devem suspender o cigarro por no mínimo 30 dias antes da cirurgia. Tal hábito, além de prejudicar a cicatrização, aumenta o risco de tromboembolismo pulmonar (TEP) e trombose venosa profunda (TVP), já discutido em "TEP ou Tromboembolismo Pulmonar".

Concluindo, não devemos deixar de operar por medo de complicações, mas sim nos prevenir para evitar tais complicações. Saiba mais em "Lipoescultura e seus riscos".

Não fiquem com dúvidas, podem me escrever ou passar no consultório

Um beijo e até semana que vem.


www.ericamanzano.com.br

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